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Tipo: Fundo    Dimensão: 43 cx.; 1 mç    Datas: Séculos XVIII-XX
História:
A família Costa Cabral era oriunda de Algodres (Beira Alta). Dois membros desta família, António Bernardo da Costa Cabral e José Bernardo da Costa Cabral, filhos do conselheiro António Bernardo da Silva Cabral, foram destacados políticos do século XIX.

António Bernardo da Costa Cabral (1803-1889), licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, dedicou-se à causa liberal o que o obrigou a exilar-se no estrangeiro, só tendo regressado a Portugal após o triunfo de D. Pedro IV. Em 1833 foi em missão oficial aos Açores, onde esteve três anos. Aderiu à revolução de Setembro, teve papel activo na Belenzada e na Revolta dos Marechais, e após a entrada em vigor da Constituição de 1838, foi ministro da Justiça. Em 1842 encabeçou a revolução Cartista no Porto e proclamou a Carta Constitucional abolida em 1836. Foi ministro do Reino do novo governo até 1846, data em que teve de se exilar devido à Revolução da Maria da Fonte. Foi uma figura de primordial importância na sua época e a ele se devem, entre outras medidas, a publicação do novo Código Administrativo, a reorganização da Guarda Nacional, a reforma das câmaras municipais, a reforma dos estudos liceais, a abertura de estradas, a construção do Teatro de D. Maria II. De regresso ao país foi presidente do Conselho (1849) de onde saiu pela revolta do Marechal Saldanha, em 1851. A partir da Regeneração dedicou-se à diplomacia tendo sido ministro no Brasil e embaixador na Santa Sé. Foi grão mestre da Maçonaria (desde 1841), em 1845 foi-lhe concedido o título de Conde, e em 1878 foi feito marquês de Tomar.

José Bernardo da Costa Cabral (1801-1869) licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, irmão de António Bernardo da Costa Cabral foi seu activo colaborador e um dos chefes do cartismo nortenho. Exerceu os cargos de juiz do Supremo Tribunal de Justiça, de governador civil no Porto e em Lisboa; substituiu, interinamente, António Bernardo nas pastas da Justiça e do Reino. A revolução da Maria da Fonte obrigou-o ao exílio, tendo regressado em 1847.

O 2° Conde de Tomar, António Bernardo da Costa Cabral (1835-1905), filho de António Bernardo da Costa Cabral, casou com D. Sofia Adelaide Dias e Sousa, filha de Bartolomeu dos Mártires Dias e Sousa, fidalgo da Casa Real, grã cruz da Ordem de S. Gregório Magno, da Santa Sé, e comendador das de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, de Santiago e de Carlos III, de Espanha.

Outra parte (Arquivo B) reporta-se à documentação de Bartolomeu dos Mártires Dias e Sousa, oficial maior graduado da Secretaria dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, sogro do 2° Conde de Tomar). Inclui documentação sobre as relações de Portugal com a Santa Sé: Padroado Português no Oriente (1834), Concordata com a Santa Sé (1857); correspondência recebida de eclesiásticos, políticos, literatos e Ministros da Justiça (1820-1874), sobre assuntos eclesiásticos, relativos ao continente, aos Açores, Madeira, Angola, Moçambique, Índia (1710-1879), e políticos (1774-1879), bem como apontamentos, revistas, jornais e impressos vários: colecção de leis, alvarás, decretos, Diários das Cortes Gerais e Extraordinárias, Anais das Missões Portuguesas Ultramarinas, entre outra documentação.

Compõe-se ainda de uma terceira parte designada "Miscelânea de manuscritos" (1871-1860) (Arquivo C), de diferentes proveniências, reportando-se a assuntos diversos: Alfândega de Lisboa, Bacharéis em Direito, Biblioteca Pública de Évora, Biblioteca da Secretaria de Estado dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, Brasil, Carta Constitucional, Casa Pia de Lisboa, Cofre dos Órfãos, cólera morbus, Caminhos de Ferro Portugueses, Companhia Africana Portuguesa, Companhias do Grão Pará e Maranhão e de Pernambuco e Paraíba, Companhia das Obras Públicas, Companhia das Vinhas do Douro, Conselho de Instrução Pública, deputados, Embaixada de Portugal em Roma, estradas, imposto do pescado, Mesa Censória, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Marquês de Pombal, entre muitos outros.

Documentação doada à Torre do Tombo por D. Sofia Maria Costa Cabral de Macedo e D. Maria José Costa Cabral de Macedo, em 1971. A correspondência recebida por José Bernardo da Silva Cabral foi adquirida por compra (Biblarte), em 1981.
Descrição:
Uma parte do fundo é constituída por documentação de António Bernardo da Costa Cabral, conselheiro e ministro de Estado, presidente do Conselho de Ministros (Arquivo A). Inclui correspondência recebida de várias personalidades políticas (1835-1875), reportando-se a eleições (1835, 1875, 1838 e 1842), bem como de eclesiásticos e diplomatas estrangeiros. De salientar o registo de correspondência como ministro plenipotenciário no Rio de Janeiro sobre o ultramar português, tratados e relações com potências sul americanas (1859-1860), e como embaixador na Santa Sé, dirigida ao ministro secretário de Estado dos Negócios Eclesiásticos, ao ministro dos Negócios Estrangeiros (1876-1879), e, ainda, documentação sobre a Junta Provisória de 1842 e o registo de expediente da Secretaria Geral da Guarda Nacional em 1838.

A esta documentação foi junto um conjunto de cartas recebidas por José Bernardo da Costa Cabral, irmão de António Bernardo da Costa Cabral (1845-1858).