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Tipo: Fundo    Dimensão: 86 doc.    Datas: 1758-1868
História:
A família Landerset é originária da Suiça, e um seu membro, Jacques Philippe de Landerset, nascido em Friburgo em 1731, filho de Carlos Francisco de Landerset de La Tour e de sua mulher Isabel Periard, ingressou no exército português. Em 1750, encontrava-se radicado em Lisboa, depois de ter estado em Paris ao serviço do embaixador D. Luís da Cunha. Nesse ano, integrou um regimento que partiu para a Índia. Casou em Goa, em 1766, com D. Maria Catarina Micaela Bourquenoud, que nasceu em Pondichery, em 1754, filha de D. Joana Maria Calahan, natural de Madrás, na Índia, e de Cláudio José Bourquenoud, natural da Suiça.

Jacques Philippe de Landerset destacou-se em várias acções militares, nomeadamente na tomada de fortalezas e em missões diplomáticas. Atendendo aos relevantes serviços prestados foi promovido a coronel de Infantaria em 1763, e agraciado, nesse mesmo ano, por Manuel de Saldanha de Albuquerque, conde da Ega e vice-rei da Índia, com a mercê de doze foros de fidalgo da Casa Real. Desempenhou papel importante na política do seu tempo, quando em 1786, foi nomeado por D. Maria I, para negociar o Tratado de Paz com a Regência de Argel. Em 1790 chefiou uma missão a Marrocos, a fim de reafirmar o interesse da Coroa de Portugal no cumprimento do tratado de paz, navegação e comércio, e ainda, para felicitar o rei de Marrocos Mahomed Eliezid Almohadi pela subida ao trono. Nos últimos anos de sua vida ocupou os postos de governador de Faro (nomeado em 7 de Setembro de 1789) e de tenente-general (nomeado em 1 de Dezembro de 1796). Faleceu em Faro, a 6 de Abril de 1798.

Joaquim Philippe de Landerset (1773-1809), tal como seu pai, Jacques Philippe de Landerset, seguiu a carreira militar ao serviço do exército português, tendo ocupando o posto de tenente-coronel do Regimento de Infantaria 14 da Praça de Faro. Foi agraciado com a mercê do título de fidalgo da Casa Real em 1779. Participou no movimento de sublevação que conduziu à expulsão dos franceses do Algarve, em 1808. Nesse mesmo ano, publicou uma 'Breve Notícia da feliz Restauração do Reino do Algarve'. Casou em 1802 com D. Maria do Carmo da Franca Côrte-Real, natural de Faro, filha de João Carlos de Miranda e Horta Machado. Tiveram quatro filhos, D. Maria Catarina de Landerset, que nasceu a 15 de Julho de 1803 e morreu a 28 do mesmo mês e ano; Jacques Philippe de Landerset e Horta da Franca e Vasconcelos, que nasceu em 11 de Setembro de 1804, foi oficial do exército e, em 15 de Junho de 1825 recebeu o hábito da Ordem de Cristo; D. Maria Benta Catarina da Franca Landerset, nascida em 27 de Setembro de 1805, que foi casada com António de Lemos Freire Pantoja; e João Carlos Philippe de Horta Landerset, nascido em 23 de Novembro de 1806. Este último, sendo viúvo, casou, em 1854, com D. Luísa Vitória de Mendonça Côrte-Real.

Jacques Philippe de Landerset e Horta da Franca e Vasconcelos, filho de Joaquim Philippe de Landerset, seguiu a tradição familiar da carreira das armas. Frequentou as seguintes instituições de ensino: o Real Colégio Militar, a Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho e o Real Laboratório da Casa da Moeda. Recebeu o hábito da Ordem de Cristo em 15 de Junho de 1825. Destacado no Regimento de Artilharia 2, em Faro, foi promovido ao posto de capitão. Com a Convenção de Évora Monte, em 1834, exilou-se no estrangeiro tendo regressado em 1846.
Descrição:
A documentação respeitante a Jacques Philippe de Landerset é constituída por nomeações para cargos, concessões de mercês, despesas, notas confidenciais de natureza política, passaportes, "fés de oficios", documentos pessoais, administração de bens e certidão de óbito. No âmbito das suas missões diplomáticas, saliente-se as Instruções para proceder à negociação do Tratado de Paz entre Portugal e Marrocos: "Reflexoens Secretissimas", "Cópia das Instruçoens" e "Sumário dos [14] Artigos para o Tratado com a Regência de Argel".

Relativamente a Joaquim Philippe de Landerset encontra-se a nomeação para o posto de sargento-mor, certidão de serviços, concessão de cidadania, devolução de bens sequestrados e certidões de óbito. De Jacques Philippe de Landerset e Horta da Franca e Vasconcelos existem nomeações para cargos, concessão de mercês, certidões de nacionalidade, de habilitações académicas e de óbito.

O fundo integra ainda documentos pertencentes a Maria Catarina Micaela de Landerset Bourquenoud, João Carlos Philippe de Horta Landerset e a outros familiares: Ana Vitória da Franca e Horta (indulto apostólico que lhe foi concedido); Meuron Wolff; Manuel Mascarenhas Delgado (nomeação para capitão de ordenanças). Contém ainda cartas de autor não identificado, uma informação sobre o tombo das terras da Maia e apontamentos sobre a genealogia da família.
Organização:
A documentação de cada um dos principais membros da família foi considerada uma secção, subdividida em sub-secções consoante a sua natureza pública ou privada, e foi descrita segundo a ordem cronológica de produção. Reuniram-se sob o título "Outros familiares" os documentos que não pertenciam àqueles membros da família.